Cloud Computing

3 fatores por trás da Repatriação de Dados

Há pouco mais de 10 anos um novo mantra começou a ecoar em torno da TI de muitas empresas brasileiras: “se a TI da sua empresa não migrar para a cloud, seu negócio ficará para trás”.

Em um momento em que o boom das startups também acontecia por aqui, novos e promissores negócios surgiam com a agilidade e escalabilidade da cloud, um universo as a service se mostrando cada vez mais vantajoso e simplificado.

Consultorias renomadas sinalizavam os percentuais esmagadores de companhias que estariam na cloud até 2020 e assim uma corrida desenfreada estava prestes a começar. Ouvimos de vários gestores de TI que eram questionados por boards e CEOs sobre quando migrariam ou, por que raios ainda não haviam migrado para a solução de todos os problemas. Claro que nem todos que questionavam entendiam o mínimo sobre o assunto, mas estavam animados com a oportunidade de obter mais resultados com menos recursos.

A propaganda não era enganosa! A nuvem habilitou muita inovação e, de fato, traz incontáveis diferenciais em termos de agilidade, escalabilidade, eficiência e até mesmo a redução de custos em muitos cenários. Então por que uma década depois cada vez mais ouvimos falar em repatriação de dados?

Um dos principais motivadores para “trazer os dados de volta” – senão o principal – são os crescentes custos da cloud. A discussão é ampla, mas abordaremos brevemente aqui 3 fatores que acarretam o aumento de custos e que poderiam ser evitados.

1 A Migração “as is”

O primeiro fator que tende a elevar os custos da cloud é a falta de critério utilizada na migração, ou seja, levar para a cloud tudo exatamente como está no ambiente on premises. Desconsiderar as particularidades do legado e arrastá-lo para uma infraestrutura pensada para aplicações modernas certamente foi (e continua sendo) um dos maiores equívocos de muitas empresas.

O sucesso de qualquer migração requer um projeto cuidadoso acerca de quais ambientes se beneficiarão das características da cloud e quais serão impactados por elas. Fatores como arquitetura, tipo de dado, perfil de instâncias, movimentação de dados, latência, entre outros, precisam ser avaliados para entender como será seu comportamento.

2 A Superalocação de Recursos

Já abordamos este tema no post A vez do ARM e seguramente é outro fator impactante no custo da cloud. Migrar para a cloud com o mindset de on premises é prejuízo na certa.

Sem o monitoramento adequado, como saber qual a performance necessária para cada aplicação? Como ajustar os picos em dezenas de sistemas que podem sofrer impacto em horários distintos? Na dúvida muitos configuram seus ambientes superdimensionados ou para o pico do desempenho (mesmo que isso só aconteça em determinados períodos) e assim consomem milhares de reais desnecessários todos os meses.

Não por acaso a disciplina de FinOps busca disseminar as melhores práticas de gerenciamento de custos e uso da cloud.

3 O alto custo de Armazenamento e Data Out

Com o crescimento exponencial dos dados, o crescimento da conta no longo prazo pode tornar-se exponencial também! As retenções de longo prazo começarão a pesar no volume de dados armazenados e a lentidão do restore para dados frios ou muito frios também pode representar outros custos para aquele momento em que precisa-se recuperar dados.

Além disso, existe um valor cobrado para “Data Out“, ou seja, uma taxa de egresso que pode ser cobrada de acordo com a quantidade de dados transferidos, a região de origem e destino dos dados e o serviço utilizado. Já existem discussões jurídicas sobre esta cobrança, mas até aqui, muitas empresas já foram pegas de surpresa.

Conclusão

Como comentamos, podem existir vários motivadores para a repatriação, incluindo até mesmo questões estratégicas de cada companhia. Mas se olharmos para aquelas que enfrentaram algum dos fatores citados acima, é possível concluir que não estavam devidamente preparadas para uma migração ou foram surpreendidas pela crescente dos custos desse mundo novo.

Os números das empresas que estariam na cloud até 2020 provavelmente não estavam errados nas previsões das consultorias. Errado foi assumir que ambientes inteiros precisassem ser migrados. Mesmo a repatriação não significa abandonar a cloud, mas sim, entender como extrair o melhor de um cenário híbrido ou até mesmo multicloud.

O fato da cloud ser “self-service” não significa dizer que seja simples! É preciso contar com profissionais que conheçam a fundo os serviços de cada provedor para poder lançar mão das melhores opções para cada demanda. Além disso, monitorar e otimizar ambientes também é indispensável para evitar custos desnecessários.

Se você tem dúvidas sobre as melhores alternativas para o seu ambiente, entre em contato conosco! Seja para modernizar aplicações, implementar observabilidade (antes ou depois da migração), migrar ou repatriar, podemos te ajudar neste desafio.

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